sexta-feira, 29 de junho de 2007

Chiado (2)


Poeta Chiado.
De frente para a “Brasileira”, para Pessoa, e para a “Havaneza”, parece participar nas conversas de café que a esplanada proporciona. Não às antigas tertúlias de artistas, escritores, jornalistas que por ali passavam diariamente, mas a simples turistas, que agora são maioritários naquele espaço.
O “Ramiro Leão” também mudou de nome.
O velho “Cabelleireiro”, que é barbeiro, já poucos fregueses tem.
A livraria do “Diário de Notícias” de há muito que se mudou daquela esquina.

A estátua bem tenta adaptar-se aos novos tempos.
Mas tem dificuldade.
Por isso, escolheu ficar de costas para a câmara.

Como a compreendo!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Estação do Rossio


Restaurada, a Estação do Rossio aí está em todo o seu esplendor.
Bem merecia que no seu interior os comboios continuassem a circular, mas Santa Engrácia parece ter tomado conta das obras do Túnel…como é tão frequente em Portugal…
Palco de muitos episódios históricos, como por exemplo o assassinato de Sidónio Pais, este edifício tem uma fachada espectacular.
Não há turista que o não fotografe.
Nem alfacinha que o não admire.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Azulejos em prédios


Serão antigos.
Antiquados…
“Já não se usa”….
Mas…comparar com a actual arquitectura….
Com as actuais decorações….

R. Praia da Vitória.
Enquanto há!

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Bancos de jardim


São assim estes bancos de jardim.
De pedra. Frios. Duros.
São assim estes bancos.
Esculturais.
São assim.
Largo de Camões. Jardim das Amoreiras.
São.
Fustigados, varridos, expostos.
São assim.
Persistem. Imóveis. Indiferentes.
São assim estes bancos.
Os de madeira apodrecem. Eles não.
São assim estes bancos de jardim.

sábado, 16 de junho de 2007

Arcadas


As arcadas da Praça do Comércio.
Dos Ministérios.
Do Martinho.
Rodeando D.José. Os turistas. Os alfacinhas.
“Sem abrigo” muitos. Que ali pernoitam.
As Arcadas.
Pombalinas.
Sólidas.
Sol e Sombra. Na faena da vida.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Lago do Campo Grande


Junto ao lago do Campo Grande, bem no começo de uma pequena escadaria que desagua numa pequena ponte que liga o passeio ao lago, estes dois cavalinhos.
Sempre ali os vi.
Sempre me pareceram adequados ao ambiente, num tempo em que os miúdos da minha geração iam andar de barco, com os remos bem firmes nas mãos dos pais.
E eram muitos.
Eu sei…também os inolvidáveis “magalas” com as respectivas “sopeiras” o faziam, nas tardes de domingo.
Os cavalinhos lá estão.
Os barcos, esses, modernizados…também, mas com muito pouco movimento.
Estão quase sempre parados.
Outros tempos…em que o divertimento se restringia a coisas simples.

domingo, 10 de junho de 2007

R.António Maria Cardoso


Para lá dos sombrios ferros, um belo palácio cheio de luz.
A velha palmeira a tudo assistiu e assiste. Resiste.
A velha nobreza que o tempo desvaneceu passeava-se pelo elegante Chiado da Benard e da Garrett. Ia ao S.Carlos e ao S.Luiz. À Marques.

Ficou o palácio.
Na Rua António Maria Cardoso.
A da PIDE.
Frente à qual nasci, não num palácio, mas em casa do meu Avô.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Os Gatos


Quem ainda hoje passa pelas velhas ruas desta cidade, encontra com facilidade muitos destes pequenos felinos nas janelas e varandas.
Silenciosos mas atentos, observam minuciosamente o que os rodeia.
Nada lhes é indiferente.
Espreguiçam-se ao sol, dormitam. Vigiam.
Os gatos.
Não os de Fialho de Almeida.
Lisboa também é deles.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

O "Eléctrico"


O “eléctrico”.
Parece uma formiga pelas estreitas ruas de Lisboa antiga, (em algumas ocupa mesmo quase todo o espaço), já que foi expulso da moderna. A voragem do tempo disse-lhe que era velho e ultrapassado.
Velho companheiro, do tempo em que um bilhete custava 7 tostões e me deixava quase à porta do Liceu. O sempre lembrado Passos Manuel.
Era o 28. O célebre 28, dos Prazeres até à Graça.
O “amarelo” da Carris, que Ary dos Santos ajudou a imortalizar:

“O amarelo da Carris
vai da Alfama à Mouraria,
quem diria.
Vai da Baixa ao Bairro Alto,
trepa à Graça em sobressalto,
sem saber geografia”.